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Rebelião tuaregue mantém ofensiva no Mali, apesar de golpe militar.
De Serge Daniel AFP
BAMACO — Um dia depois do golpe de Estado que derrubou o regime do
presidente malinense Amadou Toumani Touré, a rebelião tuaregue anunciou
nesta sexta-feira que continuará sua "ofensiva", enquanto aumentavam os
pedidos na África e no mundo pela ordem constitucional.
A rebelião
tuaregue - que provocou indiretamente o golpe de Estado realizado por
soldados descontentes com a falta de meios para combatê-la - indicou que
continuará sua "ofensiva" em uma zona onde atuam também grupos
islamitas.
Em um comunicado publicado em seu site, o Movimento
Nacional para a Libertação do Azawad (MNLA) afirmou que espera continuar
atuando "para retirar o Exército malinense e sua administração de todas
as cidades do Azawad" (norte), um reduto dos tuaregues.
A
rebelião que controla várias localidades do nordeste do Mali, indica ter
assumido o controle de um novo centro no norte do país, "a cidade de
Anefis, situada no centro da estrada nacional Gao-Kidal".
O
capitão Amadou Sanogo, chefe da junta que tomou o poder, disse à AFP que
os dirigentes do governo derrubado estão "sãos e salvos" e serão
"entregues à justiça malinense", apesar de não ter dado indicação alguma
sobre o local onde está Touré.
A União Africana (UA) suspendeu o
Mali nesta sexta-feira até que seja restabelecida a ordem constitucional
no país e decidiu enviar uma missão à capital Bamaco para pressionar os
militares golpistas, indicou uma fonte oficial.
"O Conselho (de
paz e segurança da UA) decidiu que o Mali ficará suspenso da
participação em todas as atividades (da organização) até o
restabelecimento efetivo da ordem constitucional", declarou à imprensa o
diplomata nigeriano Paul Zolo, que presidiu uma reunião extraordinária
dedicada a Mali em Adís Abeba, sede da UA.
"Uma delegação está
prestes a ir ao Mali, uma missão conjunta da UA e da CEDEAO (Comunidade
Econômica de Estados da África Ocidental)", acrescentou o presidente da
Comissão da UA, Jean Ping, no fim da reunião.
Os Estados Unidos
alertaram nesta sexta-feira que cerca de 70 milhões de dólares em ajuda
militar e econômica previstos para o Mali correm risco de serem
suspensos, se os líderes do golpe de Estado não restaurarem a ordem
constitucional.
"Qualquer assistência americana ao governo do Mali
que não tenha um propósito humanitário está em risco, se o país não
voltar à situação democrática", disse a porta-voz do Departamento de
Estado, Victoria Nuland.
A União Europeia (UE) "condenou com
firmeza" as "tentativas de tomada do poder pela força no Mali" e pediu o
"fim imediato da violência e a libertação dos responsáveis do Estado", o
"retorno a um governo civil e a realização de eleições democráticas,
como estava previsto".
Várias eleições estavam programadas em 2012
em Mali, entre elas uma presidencial e um referendo constitucional, no
dia 29 de abril.
A UE, um dos principais sócios do Mali, também
decidiu "suspender temporariamente as operações de desenvolvimento", à
exceção da ajuda humanitária.
As condenações se somam às
manifestadas por diversas nações, entre elas as dos vizinhos Argélia,
Níger e Mauritânia, onde as repercussões da crise foram bastante
sentidas.
A guerra no norte malinense provocou o deslocamento de
mais de 200 mil pessoas, e o Alto Comissário da ONU para os Refugiados
(Acnur) indicou que "acompanha de perto da situação".
Os vizinhos
do Mali também estão envolvidos na luta contra as atividades da Al-Qaeda
no Magreb Islâmico (Aqmi), que têm bases no norte malinense de onde
opera na faixa entre o Sahel e o Saara. A Mauritânia realiza
regularmente operações contra o Aqmi no território malinense.
O
Mali tem enfrentado, desde meados de janeiro, ataques do MNLA e de
outros rebeldes tuaregues, entre eles homens fortemente armados que
combateram a favor do regime de Muamar Khadafi na Líbia.
Palavra viva:
Cantarei ao SENHOR, porquanto me tem feito muito bem.
Samos 13:6
Palavra viva:
Cantarei ao SENHOR, porquanto me tem feito muito bem.
Samos 13:6
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