França e Mali
Os governos do Mali e da França pediram nesta quarta-feira ao
Conselho de Segurança da ONU a autorização de uma intervenção militar
internacional no norte do país africano, controlado por grupos
fundamentalistas islâmicos, uma solicitação que foi recebida com
ressalvas pelo secretário-geral Ban Ki-moon.
O presidente
francês, François Hollande, e o governo malinês pediram que o Conselho
de Segurança aprovasse o envio de uma missão militar africana ao norte
do Mali durante uma reunião de alto nível sobre a região do Sahel.
"Pedimos a adoção de uma resolução que autorize o estabelecimento de
uma força militar internacional composta por todos aqueles que queiram e
possam nos ajudar a recuperar os territórios ocupados no norte",
afirmou o primeiro-ministro do Mali, Modibo Diarra.
A grave
crise política e social no Mali começou em março com um golpe militar.
Algumas semanas depois os rebeldes tuaregues do Movimento Nacional para a
Libertação de Azawed (MNLA) aproveitaram a confusão política para
proclamar a independência dessa região no norte do país.
Em
junho, grupos extremistas islâmicos como o Muyao e a Al Qaeda do Magreb
Islâmico (AQMI) enfrentaram os rebeldes e tomaram o controle das
principais cidades da região, como Gao, Kidal e Tombouctou.
Diversas fontes diplomáticas expressaram seu temor de que grupos
vinculados com a Al Qaeda possam ter um território a sua disposição no
norte de Mali. "Quando um território tão grande como a França é ocupado
por terroristas estamos diante de uma ameaça que preocupa o mundo
inteiro", destacou Hollande.
Para o líder francês, é hora de
se passar para "uma segunda etapa", e autorizar o envio de "uma força de
estabilização" ao Mali, solicitada pelas próprias autoridades de Bamaco
e que comece a operar "o mais rápido possível".
"Qualquer
proposta de solução militar para a crise de segurança no norte de Mali
deveria ser considerada com extremo cuidado", advertiu por sua parte o
secretário-geral da ONU.
Na declaração divulgada ao término da
reunião, os países participantes se comprometeram em "ajudar a
restaurar a integridade territorial" do Mali, mas sem precisar quais
medidas serão tomadas para isso.
Ban pediu à comunidade
internacional que não abandone o Sahel e anunciou que a ONU está
desenvolvendo uma estratégia para a região que ajudará a "deter a ameaça
do terrorismo", assim como promover "a conciliação e a mediação para
reduzir tensões dentro e entre os países" da região.
Neste
ano, mais de 18 milhões de pessoas foram afetadas por "uma grave crise
alimentar", mais de 1,1 milhões de crianças estão em risco de
desnutrição severa e mais de 260 mil habitantes do Mali buscaram refúgio
em países vizinhos, de acordo com números da ONU.
A situação
no Mali é "uma crise humanitária, mas também um barril de pólvora que a
comunidade internacional não pode ignorar", advertiu a secretária de
Estado americana, Hillary Clinton.
Em comunicado, a
organização Oxfam alertou que a "frágil" situação humanitária no norte
de Mali poderia piorar com uma intervenção militar e pediu que, caso a
operação seja aprovada, se tomem todas as medidas necessárias para
"evitar vítimas civis" e que sejam respeitados os direitos humanos. EFE
Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto.
João 14:7
O Mali é para Jesus.
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